Um Programa de Treinamento Especializado em Caju

Escrito por Ann-Christin Berger, Iniciativa Africana do Caju

De 10 a 14 de agosto de 2015, a Iniciativa Africana do Caju (IAC), junto com a Aliança Africana do Caju (ACA), apoiada pelo Ministério dos Alimentos e da Agricultura (MAA) e o Instituto de Pesquisas do Cacau do Gana (IPCG), com o financiamento do CORAF/WECARD/Banco Mundial, realizou a segunda sessão do Programa de Treinamento Especializado para a promoção da cadeia de valor do caju. Desta vez 62 participantes do Benim, de Burquina Fasso, da Costa do Marfim, da Gâmbia, do Gana, do Mali, do Senegal, da Serra Leoa e do Togo se encontraram no Tyco Hotel Sunyani, na região de Brong Ahafo – a principal região de cultivo de cajus no Gana. Trabalhando com a cadeia de valor do caju e em instituições que a apoiam, quase metade dos participantes está empregada no setor público como treinadores, conselheiros de políticas, professores e pesquisadores. Por outro lado, um terço trabalha no setor privado como produtores rurais, processadores, fornecedores de serviços, comercializadores e exportadores e, por fim, o outro terço representa organizações não governamentais (ONGs) ou trabalha como consultores.

O Programa de Treinamento Especializado cria um fundo comum de conhecimentos para especialistas na África Ocidental com conhecimentos aprofundados sobre a cadeia de valor do caju. Ele é um programa de treinamento singular e detalhado que conecta o conhecimento teórico com as demonstrações ao vivo através de apresentações de especialistas e exercícios de aprendizado com colegas. Os Treinadores Especializados se tornaram o ponto central de referência para o estabelecimento de contatos no país e na região.

Distribuído em sete meses, o Programa de Treinamento Especializado é dividido em três sessões sucessivas de uma semana a serem realizadas em Burquina Fasso, no Gana e na Costa do Marfim. Nas assim chamadas “entre sessões”, os participantes regressam para as suas organizações de origem, a fim de conduzir trabalhos de campo, feitas ou individualmente ou em grupos para aprofundarem os seus conhecimentos sobre um tópico selecionado. Depois de completarem o programa, os participantes se tornam especialistas em caju reconhecidos. Eles ou treinam produtores rurais e fornecem assistência a processadores ou aconselham companhias, organizações e instituições em seus países de origem. O Programa de Treinamento Especializado se tornou uma marca de qualidade para o treinamento em caju no setor do caju na África Ocidental.

A primeira sessão foi realizada em maio, em Bobo Diulasso, Burquina Fasso, e ela serviu para apresentar os participantes ao conceito da cadeia de valor do caju, às dinâmicas do mercado do caju e ao desenvolvimento de materiais de treinamento para o cultivo de cajus. A segunda sessão reúne todos para aprender e trocar experiências sobre tópicos tais como o desenvolvimento de material para a melhoria no plantio, o gerenciamento de pragas e doenças, bem como a importância das Boas Práticas Agrícolas (BPAs). Como parte da jornada de aprendizado dos participantes, os especialistas do MAA e do IPCG organizaram uma visita de campo à Estação de Pesquisas com o Caju em Wenchi e uma visita aos principais produtores rurais de cajus do Gana, a fim de mostrar na prática os efeitos positivos da aplicação das BPAs.

Seth Osei-Akoto, Vice-Diretor do Escritório do Caju, MAA, declara: “Nós, no Gana, estamos entre os primeiros a desenvolver e a distribuir materiais melhorados de plantio, feito de uma maneira sustentável e cuidadosamente planejada. Em colaboração com o IPCG, até o momento nós já fornecemos pelo menos 400 mil mudas de caju enxertadas e melhoradas aos produtores rurais das regiões Norte, Volta e Brong Ahafo e nós plantamos 4 mil novos hectares de fazendas de cajus”.

No cerne do Programa de Treinamento Especializado estão os instrutores e os especialistas técnicos, os quais dão aulas, avaliam e redesenham potencialmente cada sessão de treinamento de acordo com as necessidades dos participantes. Todas as sessões incluem questões de abrangência transversal, tais como as mudanças climáticas, o desenvolvimento de políticas e as normas do setor. Na agenda também há treinamentos de autorreflexão e gerenciamento de percepção para sensibilizar os participantes sobre comportamentos, valores e habilidades de comunicação que afetam as capacidades de aprendizado e de ensino. O conteúdo do treinamento é desenvolvido com grade apoio e comprometimento por parte de vários parceiros da IAC. Eles usam apresentações estimulantes, a interpretação de papéis e discussões intensas para ministrar os treinamentos. “Eu acredito que o nosso sucesso é por causa da criatividade e da flexibilidade em adaptar o programa às necessidades de aprendizado dos participantes”, diz Andre M. Tandjiékpon, Gerente do Programa de Treinamento Especializado da IAC.